À Conversa com…

Graca Correia

Graça Correia

Assistente Técnica em funções na Biblioteca do Hospital Dr. Nélio de Mendonça (Funchal)

 

 

 

 

A Biblioteca do SESARAM, está localizada no Hospital Dr. Nélio de Mendonça, no Funchal, e pertence ao Serviço de Saúde da Região Autónoma da Madeira E.P.E. Dá apoio a 2 Hospitais, 2 Unidades de Internamento de Longa Duração e 47 Centros de Saúde.

 

Membro da APDIS:
A Biblioteca é sócia coletiva da APDIS desde o início da década de 1990, tendo sido das primeiras instituições a associar-se.

 

1.ª Posição Profissional:
Fui admitida no Hospital Dr. Nélio de Mendonça, em 1975, e a minha primeira atividade profissional foi no Serviço de Urgência.
Em 1980 candidatei-me à Biblioteca, através de concurso público, prestando provas reais escritas e orais.

 

Formação Académica:
12 º Ano de escolaridade
51º Curso de Técnicas Documentais promovido pela BAD
Academia de Línguas da Madeira – Língua inglesa e francesa

 

Website Favorito:
Existem diversos websites de eleição a que recorro em função das necessidades do momento. De grande relevância é a APDIS, através da cooperação que promove entre as diferentes Bibliotecas da Saúde em Portugal, com a promoção da LAO – LISTA APDIS ONLINE, da qual somos subscritores. Destaco também alguns websites que visito diariamente quando auxilio os leitores nas suas pesquisas bibliográficas, nomeadamente: PubMed, B-on, Cochrane Database, Uptodate, Google Scholar. De salientar a importância da estreita colaboração com a Faculdade de Medicina de Lisboa (FMUL) que através de um protocolo estabelecido com as Instituições Afiliadas (Hospitais e Centros de Saúde cooperantes do Mestrado Integrado em Medicina da FMUL), disponibiliza um ponto de acesso aos conteúdos da sua Biblioteca Digital, a partir de uma ligação VPN, que permite aceder aos artigos e assim poder satisfazer os pedidos de artigos p.p.

Com assiduidade utilizo o RCAAP – Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal, que me permite o acesso aos Repositórios de Instituições de Saúde.
Dispomos da Base de Dados de apoio à decisão clínica – UpToDate. É uma ferramenta muito utilizada pelos profissionais do SESARAM, através dos computadores instalados na Biblioteca, nos Hospitais, Unidades e Centros de Saúde.

 

Qual a sua posição atual:
Até 2009 – “Técnica Especialista BAD”.
2009 – 2017 – “Assistente Técnica”.

 

O que acha mais interessante no seu trabalho?
Gosto do que faço, por esse motivo é tudo muito aliciante para mim nesta profissão! O acolhimento do leitor, a multiplicidade de tarefas inerentes às necessidades de recolha, a seleção e posterior envio da documentação, preenchem o meu dia-a-dia, e finalizo com a sensação de ter contribuído de alguma forma para um melhor “cuidar”.
Faço muitas pesquisas bibliográficas levando-me a obter a bibliografia que pretendo. Este trabalho conduz-me à descoberta de outros artigos de especial relevância, que contribuem para a “Difusão de Informação”, que é um trabalho de extrema importância. Cabe referir nesta pergunta, que tenho os leitores agrupados por especialidades, e assim envio índices das revistas ou envio os artigos em pdf, segundo o perfil de cada leitor.

 

Qual foi o seu maior desafio profissional?
O maior desafio será talvez, compreender a necessidade de cada pessoa em particular, e encontrar a solução mais assertiva dentro da realidade de que disponho. O relacionamento e a cooperação entre profissionais, Bibliotecas e Serviços de Documentação são da mais elementar importância para qualquer profissional de Informação nesta área.
Para mim, é igualmente desafiante a constante necessidade de adaptação para fazer face aos novos desafios.
Saliento a importância da criação do Repositório Científico do SESARAM – estamos já a dar os primeiros passos e estou convicta de que será uma mais-valia para os profissionais e para a própria Instituição.

 

Como é que se tornou interessada na área da biblioteconomia de saúde?
Iniciei no Serviço de Urgência, como já referi. Foi uma experiência valiosa, mas confesso que ansiava por algo que me preenchesse mais. Atraída por livros, sentia que a Biblioteca era a oportunidade certa para a minha realização profissional.

 

Foi bibliotecária/técnica profissional de BAD noutra área, antes de ser da saúde?
Não, embora tenha sido convidada para exercer funções na Biblioteca da Assembleia Legislativa da Madeira.

 

O que é que gostaria de ser, se não fosse técnica profissional de BAD?
Na juventude, sonhava ser Guia Intérprete.
Hoje, sei que escolhi a profissão certa!

 

O que é que considera ser o maior desafio na biblioteconomia contemporânea?
Os desafios passam pelas novas exigências que põem à prova as capacidades do profissional de informação em saúde.
As instituições evoluem, as expetativas dos profissionais alteram-se, e o profissional de informação deve ter a capacidade de preservar o que foi construído e de se adaptar às novas exigências. Não nos podemos esquecer que as bibliotecas de hoje são completamente diferentes do que eram há 25 anos. Passei por isso, e logicamente sei do que falo.
As mudanças acontecem a um ritmo alucinante e é necessário uma constante atualização… e está nas mãos do Técnico/bibliotecário e do Hospital, neste caso, acarinhar e valorizar a importância desta área para todos os profissionais de saúde. A visibilidade de uma Biblioteca Científica, passa sem dúvida por essa capacidade.

 

Está envolvida em outras organizações?
Sim. Em anexo ao espaço físico da Biblioteca e Sala Multimédia, está sediada a Sala de Conferências, onde tem lugar com muita regularidade, reuniões e sessões clínicas, jornadas, workshops, etc. Colaboro em muitas destas iniciativas que aqui ocorrem, seja no apoio logístico, seja na organização de eventos.

 

Que conselhos daria a alguém em início de carreira numa Biblioteca de saúde?
Que seja apaixonado pela leitura, crítico, dinâmico e com capacidade constante de adaptação aos desafios que irão acontecer no seu percurso profissional.

 

Quais são os seus planos para o futuro?
Gostaria de ter oportunidade de contribuir e dar o meu melhor, no trabalho que me foi pedido pela Direção Clínica do SESARAM – que é o Repositório da Instituição a que pertenço.
O resto vai acontecendo…!