À Conversa com…

Dulce Barreto

Dulce Barreto

Coordenadora da Biblioteca do Hospital Dona Estefânia – Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE

 

 

 

 

Membro da APDIS:

A instituição onde desempenho funções é associada colectiva da APDIS desde 1999.

 

1.ª Posição Profissional:

Secretária do Conselho de Administração do Hospital Dona Estefânia.

 

Formação Académica:

Licenciatura em História – Variante de História da Arte;
Curso de Técnico de Biblioteca e Documentação;
Pós-Graduação em Gestão e Tecnologias de Informação.

 

Website favorito:

Tenho vários websites favoritos, uns que estão relacionados com a minha actividade diária, nomeadamente a Pubmed, e outros relacionados com as minhas necessidades de formação/informação.

 

Qual a sua posição atual:

Técnica Superior e coordeno a Biblioteca do Hospital Dona Estefânia desde 1998, data em que foi inaugurada.

 

O que acha mais interessante no seu trabalho?

A interacção com os utilizadores, e saber que o meu desempenho profissional contribui, embora modestamente, para a melhoria dos cuidados prestados ao doente. Sou confrontada diariamente com a procura de novos saberes sobre diversas situações clínicas, e assim dado a exigência do público-alvo, a minha actualização tem de ser uma constante na área dos recursos da saúde. É fundamental que a informação dada ao clínico seja “just in time”. E não posso deixar de destacar, as manifestações de satisfação que recebemos por parte dos nossos utilizadores, o que leva certamente ao aumento da motivação do nosso empenho.

 

Qual foi o seu maior desafio profissional?

O meu maior desafio profissional foi implementar a Biblioteca do Hospital a convite do Conselho de Administração, de modo a que o mesmo pudesse continuar a manter o estatuto de Hospital de Ensino. Posso dizer que consistiu num desafio muito interessante e enriquecedor, e não posso deixar de agradecer todo o apoio que tive, inclusive o contributo da APDIS com as suas acções de formação, sempre de grande pertinência, para levar a termo a missão que me foi confiada.

 

Como é que se tornou interessada na área da biblioteconomia de saúde?

Sempre gostei muito da envolvência das bibliotecas, e o interesse na área da saúde está relacionado com o facto de eu já trabalhar num hospital. Antes de me lançarem o referido desafio, eu pensava que, uma vez que a instituição dava apoio na formação pré e pós graduada, quer no âmbito da medicina quer no de outras áreas da saúde, deveria ter uma biblioteca. Lá no fundo, eu sonhava com a ideia de que talvez um dia pudesse vir a trabalhar na biblioteca do hospital… E assim, quando solicitaram o meu apoio para implementar a biblioteca, posso referir que o meu sonho se tornou realidade, e que sou uma privilegiada em trabalhar numa área que me dá grande satisfação profissional.

 

Foi bibliotecária/técnica profissional de BAD noutra área, antes de ser da saúde?

Não, iniciei a minha actividade com a implementação da Biblioteca do Hospital Dona Estefânia.

 

O que é que gostaria de ser, se não fosse profissional de BAD?

Ao candidatar-me à frequência do curso de História, variante de História da Arte, o meu sonho passava por trabalhar num museu. Mas posteriormente, com o desafio que me foi lançado, para implementar a Biblioteca, achei a ideia tão interessante, que cá estou eu na área da saúde. E destaco que trabalhar naquilo que nos deram oportunidade de construir e que temos vindo a desenvolver é um privilégio.
E, como faço parte do Núcleo Museológico do Hospital, acabo de certa forma por manter alguma ligação à minha formação de base.

 

O que é que considera ser o maior desafio na biblioteconomia contemporânea?

A evolução sistemática da ciência obriga a que o bibliotecário, até há algum tempo visto como um simples “controlador” da aquisição, da preservação e armazenamento da informação, deixe de ser um guardião da mesma e passe a exercer uma função de gestor da informação. O bibliotecário deverá ter uma visão estratégica, adoptar técnicas de qualidade e marketing, trabalhar em equipas multidisciplinares, saber manusear e disseminar as novas tecnologias.
Sendo o público-alvo na área da saúde tão exigente, é nosso dever promover o acesso a informação de relevância, através da gestão dos recursos bibliográficos electrónicos que se revelem pertinentes para as tomadas de decisão dos nossos clínicos e para a produção de conhecimento.

 

Está envolvida em outras organizações?

Sim, como referi faço parte do Núcleo Museológico do Hospital Dona Estefânia.

 

Que conselhos dariam a alguém que fosse começar uma carreira como técnico de BAD da saúde?

A área da saúde é uma área da ciência que está em constante evolução. Logo, é essencial aprofundarmos um conjunto de questões que se colocam com as exigências desta nova era do conhecimento. A promoção e a difusão da informação devem ser uma constante na nossa área, mas é necessário que saibamos filtrar a informação, daí que a formação específica e contínua seja muito importante, quer na área da biblioteconomia quer na área das novas tecnologias. Cooperar em rede e adoptar algumas técnicas de marketing também será fundamental para dar visibilidade aos produtos e serviços da biblioteca.

 

Quais são os seus planos para o futuro?

Planos para o futuro passam por manter a mesma atitude proativa, continuando a aprofundar os meus conhecimentos na área da biblioteconomia e das tecnologias, para que os meus actuais e potenciais utilizadores, possam continuar a usufruir de um atendimento de qualidade, por forma a gerirem conhecimento, também ele de relevância para a prática clínica.