À conversa com…

DMDeolinda Mota
Centro Hospitalar do Porto

 

Membro da APDIS desde:
Conheci e tornei-me membro da APDIS em finais de 2002, quando, a convite da então Bibliotecária do Hospital Pedro Hispano, fui visitar a Biblioteca da Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM). Em março de 2004, quando participei pela primeira vez nas jornadas da APDIS, tive a oportunidade de conhecer vários colegas de profissão com quem ainda hoje aprendo muito e partilho ideias e experiências. Deixei de ser membro da APDIS, desde que a instituição onde trabalho se tornou sócio coletivo da mesma.

1ª Posição Profissional:
Após ter terminado um curso de secretariado tive a minha primeira experiência profissional como técnica administrativa numa empresa do ramo de instalações eléctricas. No decurso da licenciatura vim a interessar-me pelas áreas de bibliotecas, arquivos e museus; posteriormente à mesma, frequentei vários cursos de formação da área de bibliotecas e documentação e realizei a pós-graduação em Ciências Documentais.

Formação Académica:
Licenciatura em Ciências Históricas – Ramo Património, pela Universidade Portucalense Infante D. Henrique e Curso de Especialização/Pós Graduação em Ciências Documentais – opção Biblioteca e Documentação, pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto.

Website favorito:
Não tenho nenhum website favorito. Profissionalmente realizo pesquisas em diversas bases de dados e em plataformas de conhecimento de vários editores, tais como: PubMed,ClinicalKey, UpToDate, OvidSP, Google Scholar e o AtoZ da Biblioteca Virtual do Centro Hospitalar do Porto (CHP) onde se encontram reunidas todas as publicações e bases de dados online, subscritas e/ou em livre acesso na Web.

PERGUNTAS:

1.Qual é a sua posição atual:
Sou Técnica Superior/Bibliotecária, responsável pela Biblioteca Central do Centro Hospitalar do Porto.

2. O que é que acha mais interessante no seu trabalho?
Poder participar no processo de informação para apoio à prática clínica na minha instituição, bem como saber identificar, selecionar, reunir e disponibilizar aos meus utilizadores as melhores fontes de informação e documentação da área da saúde; é um grande e difícil desafio mas o feedback tem sido muito gratificante.

3. Qual foi o seu maior desafio profissional?
Foi claramente ter contribuído para a instalação da internet e da intranet na Biblioteca Central com a consequente diminuição de papel, com a substituição gradual dos recursos impressos por recursos eletrónicos, e para a aquisição de mais (e melhores) computadores de pesquisa para os utilizadores. Ou seja, o meu maior desafio profissional foi ter convertido uma biblioteca hospitalar tradicional numa biblioteca moderna onde circulam recursos maioritariamente eletrónicos/online, possíveis de serem acedidos interna e/ou remotamente por toda a comunidade do CHP *.

4. Como é que se tornou interessada na área da biblioteconomia de saúde?
O meu interesse pela biblioteconomia em geral surgiu durante a licenciatura, quando tive a disciplina de “Biblioteconomia, Arquivística e Museologia”. O interesse foi reforçado, quando me encontrava a lecionar no ensino secundário e tive a oportunidade de frequentar na Faculdade de Letras da Universidade do Porto (FLUP) os cursos de “formação pedagógica” de catalogação, indexação e informática documental. Após a candidatura e a realização das respetivas provas de admissão, entrei para o último curso de especialização / pós-graduação da FLUP. Na mesma altura, por coincidência, surgiu o convite para ser a Bibliotecária do Hospital Geral de Santo António; terminada a especialização entrei para a carreira de Técnico Superior de BAD.

5. Foi bibliotecária noutra área, antes de ser da saúde?
Não.

6. O que é que gostaria de ser, se não fosse uma bibliotecária?
Tendo por base a minha licenciatura, o estágio profissional e alguns cursos que frequentei ao longo dos anos, gostava de trabalhar na área de conservação e restauro de documentos ou pintura

7. O que é que considera ser o maior desafio na biblioteconomia contemporânea?
O maior desafio na biblioteconomia contemporânea talvez seja o rever de conceitos tradicionais, e, consequentemente, recorrer a novos serviços e procedimentos para dar resposta às necessidades de informação de públicos cada vez mais exigentes.

8. Está envolvida em outras organizações?
Sou membro da European Association for Health Information and Libraries (EAHIL).

9. Que conselhos daria a alguém que fosse começar uma carreira como bibliotecária da saúde?
Partindo do princípio que a Saúde é um setor em permanente evolução e inovação, os bibliotecários desta área têm (cada vez mais) um papel importantíssimo no apoio à prática clínica. Como tal, para prestar um serviço de qualidade e eficiência, os conselhos que daria a alguém que fosse começar uma carreira como bibliotecária da saúde seriam, certamente entre outros, os seguintes: (i) adquirir e desenvolver competências e conhecimentos especializados que lhe permitam saber identificar e selecionar as fontes de informação e documentação da área da saúde que melhor se adequam às necessidades dos seus utilizadores; (ii) ser persistente e ser criativo na gestão dos recursos; (iii) usufruir das tecnologias de informação ao dispor para dinamizar e promover os serviços da biblioteca, e ainda (iv) estabelecer políticas de cooperação com outros profissionais de informação e/ou com bibliotecas congéneres à da sua instituição, tendo em vista a rentabilização de interesses comuns.

10. Quais são os seus planos para o futuro?
Contribuir para que a Biblioteca Central do CHP continue a prestar um serviço de alta qualidade aos seus utilizadores e ainda poder terminar o mestrado em Ciência da Informação (MCI) da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, interrompido em 2011.

 

*O Centro Hospitalar do Porto (CHP) é um Hospital Central e Escolar, sendo atualmente constituído pelas seguintes Unidades: Hospital Geral de Santo António (HGSA) – onde funcionam todos os serviços centrais da instituição, incluindo a Biblioteca Central –a Maternidade Júlio Dinis (MJD), o Hospital Maria Pia (HMP), entretanto desativado, o Hospital de Joaquim Urbano (HJU), o Centro de Genética Médica Jacinto Magalhães (CGMJM) e o, recentemente inaugurado, Centro Materno Infantil do Norte (CMIN).